domingo, 22 de agosto de 2010

Meu Anjo Inocente Cego Não Branco!


Olha, meu anjo inocente cego e não branco,
tem certas coisas que verdadeiramente não se encontram num mesmo universo para os esclarecimentos ...

Apenas as vislumbramos como quem assiste seus assombramentos
que passam – anuviados - como no céu entranhado e profundo das nossas crenças e apegamentos

... vistos do poço enlameado e lúgubre de nossas cavernas

... nossa cova em contínuo afundamento.

Até que num belo dia de luz acordamos sentindo no peito as curvas e as cores mais intensa da vida 

- em fuga - 

que apressadamente abandonamos em algum lugar do passado 

porque não a compreendemos ou não a vemos ou nos assustam ou não tivemos tempo ...

E pasme: nenhum arrepio se dá no peito.

Não percebemos,
apesar da mesa posta – farta!
.
Ao tempo oferecida com toda a diversidade do colorido de seus infinitos conhecimentos
.
Que aquelas esquinas! Aqueles rostos!
Aquele hálito estivera ali - há pouco,
disposto para o nosso agrado,
nossos múltiplos ensejos e enriquecimento!

...

E para a Nossa Glória! A Nosso Favor!
Repito-me renovadamente!

.

4 comentários:

Calebe disse...

Rui, curti pacas!

Principalmente desse trecho: "Até que num belo dia de luz acordamos sentindo no peito as curvas e as cores mais intensa da vida - em fuga - que apressadamente abandonamos em algum lugar do passado porque não a compreendemos ou não a vemos ou nos assustam ou não tivemos tempo...


E pasme: nenhum arrepio se dá no peito."

P.S.: Tô participando do prêmio off flip de literatura. Será que rola? Tô concorrendo no gênero Conto. Vou te mostrar o conto que enviei, me diz o que acha...

Abraços!

Cristina disse...

Adorei...

Anônimo disse...

Olá meu caro Rui... como voce está? Passando por aqui, encontro essa beleza de texto...

abraços...
muita paz...

Zúnica disse...

Me encantou a sinestesia das cores, formas e texturas, que faz faz um caminho delicioso, entre a brancura luminosa, a escuridão lúgubre e a profusão cromática explosiva, pra então cair na transparência, na letargia do estado reflexivo, quando se sai da abstração e entra no cotidiano, na aplicação prática, na humanidade.

A sonoridade me encantou também, apesar de sentir que talvez um pouco de ritmo combinasse com os caminhos sinuosos das imagens do poema.

Bacana, Rui, muito bacana.