sábado, 13 de junho de 2009

Diário de Um Negro Ratatáia Que Nunca Morre! junho


Nem Preces Declamadas Nem Lágrimas Nem Esperança Faz Parte Da Cena Que Me Alcança Um Bar À Beira Do Mar Um Buquê De Mesas Que O Vento De Vozes Agita Idiotas Regulam Seus Ritmos Ingênuos Com Performances Alienígenas Insetos Fecundam Ouvidos De Flores Drosera Sodomitas Tabuletas Estampam A Glória De Saltimbancos E Vigaristas Enquanto Eu Me Atraco Ao Compromisso De Miosótis ­Jacintos ­Orelha-De-Rato-Rósea Utriculária Famintas.

No Prato Degusto Ostras Humanas Desbaratadas Contra O Teu Olhar Que Destoa Suplicante Enfermo Reimoso Que Povoa Oneroso Sobre ­Nossas Cabeças Ao Sabor Dos Ventos Quando Me Encontra Retarda O ­Tempo - Uma Moeda! Último Desejo! Que Despedida! Antes Que As Pessoas De Bem Me Levem Alheias Em Mutações Pela Vida.

Fadigado Contorce O Corpo Sacode O Mal Que Na Alma Habita ­Debocha Ri Maldita Herança Herdada Marcada No Dorso No Olho Roxo No Rastro De Sangue No Chão Um Tira-Gosto A Cada Centímetro Cúbico Quadrado A Morte Espreita Gulosa O Seu Pescoço Setenta ­Açoites De Chicote Condensam O Intenso Mosto Que Não Contenta A Rapinada Com O Prato Exposto Para O Deleite Do Banquete De Moqueca De Escrotos ­Acompanhado O Baço Fatiado Em Pedaços Que Queima No Azeite Desde Os Primeiros Passos No Primeiro Ano Na Ponta Dos Pés No Cadafalso No Asfalto Quente Descalço Na Fera Que Lhe Sai Ao Encalço No Laço De Couro Da Pele Extirpada Estendida Sobre A ­Calçada Desavergonhadamente Alargada Até Secar!

E Que Agora Sustenta O Peso Do Corpo Fantoche Do Nosso Espetáculo!

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