quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Blog Acesso: Mapa da Poesia de São Paulo cresce


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05/11/2009
Mapa da poesia de São Paulo cresce em sua segunda edição
por Carolina Monteiro cmonteiro@significa.com.br
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No final dos anos 20, quando o arquiteto Ramos de Azevedo projetou a chamada Casa das Rosas, localizada na Avenida Paulista, em São Paulo, para ser a moradia de sua filha, Lúcia Ramos de Azevedo, ele provavelmente não imaginava que muitos anos mais tarde ela seria a sede de uma das principais organizações literárias da cidade. Pois foi graças ao tombamento da casa, em 1985, e à sua transformação em espaço cultural que foi possível surgir, em 1995, a Sociedade dos Amigos da Casa das Rosas, que, em 2008, passaria a se chamar Poiesis – Associação dos Amigos da Casa das Rosas, da Língua e da Literatura.
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A associação é responsável pela administração e gestão de espaços e projetos culturais da metrópole como a própria Casa das Rosas, o Museu da Língua Portuguesa, a Casa Guilherme de Almeida e o Programa São Paulo: Um Estado de Leitores. Em 2009, de olho nos saraus literários que já aconteciam em São Paulo e não eram do conhecimento da população, a Poiesis tomou a iniciativa de começar a mapear estes eventos. No entanto, os organizadores não tinham noção de que iam encontrar tantas reuniões de poetas, escritores e amantes da literatura.
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Batizado de Pontos de Poesia, o projeto teve início em fevereiro deste ano, quando 28 pontos foram cadastrados e divulgados. Além de mapear os saraus da Grande São Paulo, o projeto também tem o objetivo de conhecer o perfil de seus freqüentadores, a construção temática e o histórico de cada local. Com isso, a associação Poiesis pretende também desenvolver outros projetos multiplicadores de incentivo à leitura.
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Atualmente, o Pontos de Poesia está em fase de recadastramento. “Já temos até agora mais de 40 pontos mapeados”, conta Rui Mascarenhas, um dos coordenadores do projeto. Em janeiro deve ser lançado o novo mapa da poesia, mas, segundo Mascarenhas, o ideal é que essa atualização seja feita pelo menos três vezes por ano e não apenas uma. “Acontece muito de um ponto ser criado por duas pessoas ou mais. Só que depois elas se separam e abrem saraus em outros lugares da cidade”.

O trabalho de mapeamento é feito de perto, pelo próprio Mascarenhas. Ele, que também é poeta e escritor, vai a todos os saraus da metrópole e da periferia paulista, conversa com os participantes, com o público e tira fotos. Em suas incursões, o coordenador tem descoberto um movimento de artistas sem oportunidade, de baixa escolaridade, com pouco acesso à leitura, mas de talento precioso, especialmente para transpor para suas respectivas produções literárias sua própria realidade. Ou seja: além de colocar comunidades inteiras em contato com a cultura e a leitura, poetas e escritores estimulam o debate e propõem, naturalmente, momentos de reflexão em conjunto.

Além do mapa, que é divulgado por meio de um folheto especialmente projetado para isso, o projeto dos Pontos de Poesia mantem um blog onde são divulgados todos os saraus e outros eventos literários da cidade. E na São Paulo que não para nunca, quase todo dia é dia de poesia. Agora é só escolher o ponto onde você quer ir.
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