Eu, que já fiz numerosas
pegadas,
SOU PEGADAS!
Através destes olhos Fixos
Mil outros olhos Torcidos
Avistam o horizonte desta mesma
estrada!
Outras bocas dizem coisas
Que saem da minha boca
Mesmo quando está calada!
Meus ouvidos são os ouvidos
infinitos
De infinitas vidas passadas!
O ar simples que respiro
É Vivo dos odores ocultos
De outras tantas rápidas
jornadas!
O toque suave do meu beijo
É Fogo que inflama rebanhos
De sucessivas almas penadas!
O Alimento que a boca abate a
pancadas
É Fruto do leito da terra mil
vezes revisitada!
...e não me aflijo ao saber que
por terra
Minha vida será lançada,
E que após o breve suspiro do
meu corpo,
O corpo de outro
Levará minhas risadas!
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